Meu paciente tem medo de dentista: e agora?

“Eu odeio dentista”. Duvido, colega, que você nunca tenha ouvido essa declaração no consultório. O paciente simplesmente olha pra você e diz “eu odeio dentista”, como se fosse a coisa mais normal do mundo e você já soubesse disso (portanto, nem faria sentido se ofender). Eu particularmente acho engraçado quando a pessoa diz isso bem na nossa cara e depois se dá conta da indelicadeza. Aí vem um “nada pessoal, doutor!”. Mas convenhamos: é difícil não levar pelo menos um pouquinho pro lado pessoal…

O fato é: o dentista-estereótipo todo mundo odeia, até eu: o ser malévolo que faz extrações sem anestesia e cutuca um dente só pra ele doer. Por isso afirmo: ninguém odeia (mesmo) o dentista. As pessoas têm é medo, sofrem de ansiedade, têm aflição por causa do barulho da alta-rotação e vergonha de mostrar os dentes e admitir que a atenção que a higiene bucal merece não está sendo dada. Mas o fator principal eu creio que ainda é a falta de informação: não saber o que vai acontecer do outro lado da porta da sala de espera. E eu acredito tando nisso que até criei um blog só sobre o assunto! 🙂 

Medo?

Nesses mais de 4 anos de blog tenho tido contato diário com pessoas que têm medo, ansiedade e fobia, conceitos que as pessoas confundem bastante. Felizmente a maioria das pessoas fica entre o medo e a ansiedade, e os casos de odontofobia são mais pontuais. Um paciente com fobia provavelmente nem chegará às nossas cadeiras sem um auxílio psicológico prévio ou paralelo à atenção odontológica, mas os medrosos e ansiosos entram e saem dos nossos consultórios diariamente. E, se me permitem, gostaria de compartilhar com vocês algumas verdades que aprendi interagindo com esse tipo de paciente:

  •  A boca é uma parte muito íntima do nosso corpo, o que deixa o paciente odontológico numa posição vulnerável e desconfortável. É essencial que compreendamos isso pra que o atendimento e, principalmente, a relação de confiança entre dentista e paciente não se quebre.
  • Em se tratando de pacientes adultos, evite “dar bronca”… é totalmente possível orientar sem constranger. Nem todo mundo não escova os dentes direito por preguiça ou descaso, pode ser só falta de orientação, mesmo. Na dúvida, não julgue. Um “tô vendo que a senhora tem tido dificuldade na higienização, posso dar uma dicas?” é bem mais profícuo do que “tá relaxada com a escovação, hein Dona Maria?”. Não é O QUE se diz, mas COMO se diz.
  • Medo não é frescura. Não é porque o cara tem 2 metros de altura por 1,5 de largura que ele não pode ter medo de dentista. Então, não subestime a ansiedade do seu paciente, não faça pouco caso. Isso só aumenta a sensação de insegurança e é quase certo que o paciente não volta mais.
  • Em caso de movimentos bruscos, avise seu paciente. Tem gente que quase tem um infarto se o dentista abaixa o encosto da cadeira sem avisar. Quando se está com medo, qualquer detalhe é motivo pra mais medo. Sempre que for “apertar, puxar, empurrar”, avise!
  • Por outro lado, não fique explicando muito o que você está fazendo. Embora seja interessante que o paciente saiba o que está acontecendo, não entre em detalhes técnicos sobre osteotomias, odontosecções, sangramentos e retalhos.
  • Deixe claro para o paciente que quem dita o ritmo é ele.
  • Se você não se sente preparado (ou não tem paciência mesmo) pra atender um paciente ansioso, não atenda. Encaminhe. Vai ser melhor pra vocês dois.

Essas são dicas práticas, muitas delas você certamente já usou / usa na sua prática diária. Mas nunca é demais relembrá-las afinal, em se tratando de medo de dentista, os detalhes fazem a diferença!

Por fim, para aqueles que têm medo, um conselho: vá regularmente ao dentista, não só quando o dente dói. Quando o problema já está instalado nem sempre é possível garantir um atendimento sem desconforto. Quando as pessoas vão ao dentista pelo menos uma vez por ano, qualquer problema em curso pode ser detectado precocemente e interceptado, o que resulta em tratamentos muito menos invasivos e potencialmente desagradáveis. Fica a dica. 🙂

Publicado originalmente no Blog Eu Amo Odonto

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Categoria: Profissão: Cirurgião-Dentista

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28 comentários

  1. Dra. Ana, tenho fobia de dentista e adquiri essa fobia depois de adulta. Estou no meio de um tratamento no molar e já passei por dois dentistas. No primeiro, fui muito bem acolhida pela sócia do dentista. Ela faria minha restauração e ele, o tratamento de canal. Me submeti ao canal com ele e foi muito traumático e constrangedor (ele foi meio impaciente, me senti uma fresca e fiquei muito envergonhada). Tenho crises horríveis de pânico durante os procedimentos, com movimentos involuntários que podem provocar acidentes, seguidas de períodos longos de depressão profunda (pelo menos nas 48 horas seguintes, o que me impede inclusive de trabalhar e estudar nesses períodos). Decidi trocar de dentista quando recebi pelo telefone a notícia que eu deveria me submeter a uma pequena cirurgia antes da restauração, o que me assustou muito. No segundo dentista, fui bem acolhida e ele me sugeriu fazer uma coroa completa. Eu informei que tinha pânico e não pensei que ele mesmo assim iria me sugerir um procedimento mais invasivo, sendo que eu poderia ter colocado somente uma peça sobre o canal. Realizou a pequena cirurgia, moldou a coroa mas somente na hora de colocar o pino me informou que eu deveria desgastar os dentes em próximas sessões (até então ele havia me assegurado que depois da pequena cirurgia todo o resto seria muito tranquilo). Estou em pânico desde então, não consigo dormir, é um pavor tão grande que não sei o que fazer, choro copiosamente toda vez que penso nisso. Já paguei o tratamento e a coroa já está pronta, porém penso que se eu não encontrar um profissional que respeite minha fobia e saiba lidar com ela, eu não conseguirei terminar o tratamento. A última depressão que tive após a crise foi tão forte que pensei que nunca mais voltaria ao normal… Minha pergunta é a seguinte: do ponto de vista ético, ou até mesmo comercial, eu posso solicitar ao dentista a coroa que está pronta e procurar outro profissional para dar continuidade ao tratamento? Eu teria alguma dificuldade em conseguir um profissional que dê continuidade a um trabalho já iniciado por outro colega? Sou de Belo Horizonte e vi que existem na minha cidade profissionais capacitados para esta situação. Estou tão assustada que por mim eu ficava apenas com o pino já colocado e abriria mão da coroa, que inclusive já está paga. Obrigada.

    1. Lidiane, o que tem que ser feito, tem que ser feito. Se há real necessidade de um procedimento mais invasivo, essa necessidade continua existindo mesmo quando o paciente tem fobia, não é algo que se torna opcional. No seu caso, o pior já passou! Não adianta pegar a coroa e levar em outro dentista, não faz sentido. O que o seu dentista vai fazer, o outro também fará. Creio que os desgastes dos quais ele fala simplesmente são ajustes oclusais, pois nem sempre a coroa fica BEM certinha, às vezes alguns contatos precisam ser removidos. Mas esses desgaste são mínimos, rápidos, totalmente indolores. Ficar só com o pino também não adianta, e só piora a situação, pois sem a coroa pra afastar a gengiva, ela deve crescer novamente, e você perderia o resultado da cirurgia gengival realizada. Enfim… acredito que você está assustada com o que ACHA que vai acontecer, e não com os procedimentos, em si. Converse com o seu dentista, pra você ficar mais tranquila.

  2. Olá, tenho fobia… Digo isso porque tenho 38 anos e estou com sérios problemas de saúde bucal e também de autoestima pelo estado dos dentes… preciso de ajuda, mas sinceramente não sei como proceder… Nem converso sobre isso com minha esposa… li varias matérias sobre o medo… mas infelizmente só aumenta mais ainda…
    Nesse caso melhor ir direto ao consultório ou procurar ajuda de outro profissional ?

    1. Sugiro que você procure um psicólogo / psicoterapeuta. É importante pra que você compreenda as raízes dessa medo e, dessa forma, encontre meios de enfrentá-lo. Tentar ir direto ao dentista, se realmente você tem fobia, acaba não resolvendo, pois sempre que a data marcada estiver próxima você vai encontrar uma forma de não ir / desistir / desmarcar.

  3. Olá dra. meu dentista fez um canal e deixou meu dente muito, muito baixo mesmo. Pra corrigir isso, uma restauraçao pode resolver (deixar o dente na altura certa)? Ou será necessário pôr uma coroa no dente? Desde já, agradeço!!!

    1. Depende da quantidade de tecido dentário perdido, Sidineiz. Pela sua descrição, me parece necessário pelo menos um bloco. Converse com o seu dentista.

  4. Olá Dra. Ana
    Achei muito interessante seu blog, pois faço parte dos pacientes com medo de dentista… alem de ser hipertensa eu tenho sindome do panico, trato com psiquiatra… pois as vezes nao consigo nem pensar numa cadeira de dentista, sempre acho que o meu é pior que dos outros que tem apenas “medinho”, eu tenho pavor! Mas sou uma pessoa consciente que preciso de ir ao dentista, haja visto que ja adiei muito, e o caso ficou critico, ao mesmo tempo tenho vergonha e medo. Medo de varias coisas, uma delas é a reação da anestesia, se pode me causar algum mal estar, ja que sou hipertensa, e tambem tenho um problema de conseguir chegar… as vezes estou super bem, ando sozinha e vivo como se nada tivesse, e em outros momentos nao tenho confiança e nao me sinto bem para sair sozinha… como falta de ar… e tonteiras… sem dizer que ja tive algumas crises de panico na rua… muito ruim. Por isso preciso dar um passo de cada vez, e quero ajuda. Preciso ir a um dentista que me sinta segura. Preciso parar de ter medo, medo da anestesia, medo de dor, medo de achar que vou passar mal.
    Desculpe todo esse desabafo.
    Me chamo Patricia, tenho 44 anos e moro no Rio de Janeiro.
    Um abraço.

    1. Patricia, você está no caminho certo: sabe o que tem, sabe o que tem que fazer e está em tratamento. Sua sensação de que o seu medo é pior que o dos outros é verdade em relação à maioria das pessoas, mas saiba que tem muita gente assim como você, pra quem ir ao dentista não é apenas um fato rotineiro. Não tenha como meta não ter medo, isso provavelmente nunca vai acontecer, mas busque controlar seu medo… e é isso que você está fazendo na terapia com o psiquiatra. A desconfiança da anestesia é uma “lenda” que ronda o atendimento odontológico, muita gente acha que a anestesia dental é perigosa… mas garanto: não é. Ela é muito segura, mesmo para os hipertensos ou aqueles que têm outros problemas sistêmicos de saúde, basta que o dentista tome alguns cuidados, e por isso é importante sempre informar ao dentista qualquer problema de saúde conhecido. No mais, é isso mesmo: você precisa de um dentista que a faça se sentir segura. No Rio de Janeiro posso indicar:

      Josiane Joia e-mail
      Rosana Carvalho e-mail
      Simone Levy e-mail
      Carla Gamba e-mail
      Sonia Falani e-mail

      Estou certa que quaisquer delas podem ajudar você. Fico à disposição, abraço! 😉

  5. Bom dia Dra. Ana,

    Gostaria de sugerir um tópico apenas sobre traumas psicológicos causados nos atendimentos. Sem dúvidas q é um assunto delicado pois o profissional tb é ser humano e em tese não se obriga a ser paciente (ou muito paciente) com os pacientes, mas q causam danos psicológicos.

    Sou a mesma Sara acima q perguntou sobre o calmante. No último sábado passei pela via crucis da extração programada mediante uso de calmante, mas infelizmente fui surpreendentemente resistente ao efeito esperado e não só não me acalmei como senti agravar meu nervosismo inicial q nem me parecia ser tanto, ou seja, cheguei à clínica nervosa, mas numa escala de 1 a 10 era 5 e depois do calmante (diazepam 10mg) em vez de dentro de 10 minutos me acalmar, passou para 11 meu nervosismo. Resultado: a Dra que me atendeu, um anjo de Deus em forma de paciência e delicadeza, tudo fez pra ser um procedimento tranquilo mas sem conseguir me controlar chorei incontrolavelmente, sem escândalos, mas me tremendo dos pés à cabeça, antes, durante e depois de tudo realizado, com direito aos olhares curiosos dos que estavam na sala de espera q viam sair da sala da doutora uma mulher de 34 anos banhada em lágrimas.

    Tudo graças ao fantasma do passado, um procedimento traumático há exatos 17 anos qdo havia perdido o único dente q me faltava e q reencontrei no último sábado ao sentir o fórceps arrancar junto com meu dente um pedaço de minha alma.

    Dramático demais? Só estando na pele de um traumatizado pra saber. Não cuidar bem dos dentes tem um preço, mas deveria ser uma dor local não um turbilhão de medo e terror causados por “profissionais” q te tratam como um ser sem sentimentos. Abraços e obrigada por esse espaço.

    1. Sara, entendo a sua intenção ao sugerir um post sobre traumas mas, realmente, é um terreno perigoso. A tendência é que as pessoas se reúnam pra contam seus traumas, e isso pode ter o efeito contrário do que eu desejo com o blog: aumentar o medo. Posso pensar em alguma coisa sesse sentido, sim, mas será preciso fazê-lo com MUITA sabedoria. 😉

      Não, seu relato não é “dramático demais”. Diariamente convivo com pessoas que têm fobia, como você, e o padrão é esse mesmo, infelizmente. Como você disse: só estando na sua pele pra saber.

  6. Olá doutora, e parabens pelo site.
    Eu tenho muito medo de dentista, eu preciso fazer tratamento e meus dentes são feios demais, meu sorriso é horrivel e não sorrio na frente de ninguém. Falo sempre com a cabeça para evitar que vejam que já perdi. O problema é que não consigo entrar na sala do dentista, tenho muito medo, começo a tremer a suar frio, às vezes desmaio e fico tonto. Aqui no Rio de Janeiro os dentistas do meu bairro já me conhecem e nem gostam de agendar avaliação, pois acham que meu comportamento espanta seus clientes. A senhora teria alguma recomendação para meu caso? Desde já deixo meu agradecimento.

    1. Zito, eu acho que você precisa de um dentista que compreenda o seu problema e esteja disposto a ajudar. No Rio de Janeiro tenho os seguintes dentistas pra indicar:

      Josiane Joia e-mail
      Rosana Carvalho e-mail
      Simone Levy e-mail
      Carla Gamba e-mail
      Sonia Falani e-mail

      Estou certa de que uma delas vai poder ajudar você, basta entrar em contato por e-mail pra obter outras informações (localização, telefone, etc.). Mencione que obteve o contato através do blog. Abraço!

  7. Olá Dra. Ana,

    Sou de SP e tenho pavor de dentistas, porém preciso ir, pois estou com problemas em alguns dentes e minha obturação caiu. Procurei por dentistas que atendessem pacientes com odontofobia, porém não encontrei nenhum que atendesse pelo meu convênio Bradesco. Saberia me indicar algum dentista (ortodontista) para que eu consiga me consultar?

    Obrigado!

    1. Jeff, se sua restauração caiu você precisa de um dentista clínico geral, o ortodontista será útil se você pretende usar aparelho. Já é difícil pra um odontofóbico encontrar um dentista no qual confie, imagine um que, além disso, atenda por determinado convênio… é uma tarefa BEM complicada. Até porque, de forma geral, dentista que atende por convênio não tem tempo para ser “compreensivo”. Não no nível que esses pacientes precisam, pelo menos. Eu tenho cadastrados os seguintes dentistas que atendem pacientes com fobia em São Paulo:

      Sergio Lian e-mail
      Roberto Markarian e-mail
      Camila Pereira Luiz e-mail
      Vinícius E. S. Gajewski e-mail
      Claudia Caglione Martins e-mail
      Nelson Alves Dall Oca e-mail
      Stephanie Rosne e-mail

      Não sei se algum deles atende o seu convênio nem as especialidades deles, mas pra obter essas informações basta entrar em contato. Embora compreenda que você queira atendimento via convênio, acho que seu foco, dada a situação, é encontrar um profissional que possa ajudá-lo, pelo convênio ou não.

  8. Dra. Ana, fiz uma obturaçao ha mais de 4 anos e agora o dente começou a doer a raiz, latejando e com abscesso, tenho medo de canal… o que devo fazer?

    1. Antonia, se houver indicação de tratamento de canal, não tem jeito: tem que tratar. Ainda mais se há um abscesso. Não precisa ter medo de tratar o canal, o tratamento é feito com anestesia local e não dói, pelo contrário, é o que faz o dente parar de doer. Não leve muito a sério a “fama” do tratamento de canal, as pessoas que saem por aí dizendo que “morreram de dor” são aquelas que procuraram o dentista já “morrendo de dor”… a dor não foi causada peo tratamento de canal. Enfim… procure um dentista e resolva logo isso, pra dor parar.

  9. Muito obrigada pela resposta, Dra. Ana! Pois é, a Dra que consultei, apesar de muito delicada e gentil, foi categórica em dizer q não prescrevia calmantes. Só me resta pedir (ou implorar se for preciso) a um clínico geral, né?! Sobre o gás óxido nitroso, infelizmente, essa é uma opção inviável ($$$) para meu bolso. Bem… que Deus me ajude. E o calmante q espero conseguir, também. Um grande abraço! :/

    1. Então ELA não prescreve, por opção própria. Porque dentistas estão aptos a isso.

      Isso, converse com um clínico geral e, se for tomar o calmante, não esqueça de avisar sua dentista.

  10. Olá Dra Ana! Tenho uma grave dúvida: posso tomar algum calmante antes de me submeter a uma extração?
    Eu, assim como os demais visitantes desse blog, tenho medo (leia-se “pânico puro”, causado na infância) e pra minha desgraça surgiu um abscesso num molar e entre soluções provisórias e financeiras – entre a cruz e a espada – me restou a extração. Como não posso adiar por muito tempo me sinto uma condenada à forca com data marcada para a execução. Já expus td isso à Dra que irá me atender, mas estou no limite extremo do nervoso só em pensar, q dirá na hora fatídica. Ela disse não poder receitar calmantes e agora o q faço? (a despeito da minha culpa por ter me descuidado, tenho chorado sem parar sempre q lembro do q me aguarda). Obrigada desde já, Dra.

    1. Sara, seu relato me deixou surpresa, pois qualquer dentista pode prescrever calmantes. Sua dentista dizer que não pode me causa muita estranheza. A única condição é que isso seja feito em receita especial. Enfim, quanto à sua dúvida: não havendo qualquer impedimento levantado no seu exame físico, você pode tomar um calmante, sim. Mas não por conta própria, e aí entra a prescrição do dentista. Se um médico prescrever, sua dentista precisa estar ciente disso no momento do atendimento. No seu caso me parece uma boa ideia o uso de algum ansiolítico ou o atendimento sob analgesia inalatória (gás).

  11. Bom dia doutora Ana, para que serve o exame ortodôntica simplificada e análise cefalométrica (Steiner e Tweed) ?? São exames fáceis de realizar? Obrigada.

    1. Laiane, são exames usados pelo seu dentista / ortodontista pra planejar o tratamento ortodôntico. Você vai passar por uma moldagem para se obter modelos em gesso do arco superior e inferior e vai fazer umas 2 radiografias. É só isso. A análise cefalométrica consiste nas “medidas” da sua face, e isso é a clínica que vai fazer com base nas radiografias.

  12. Oi Dra. Ana!
    Tenho 22 anos e estou aqui para dizer que o seu blog me ajudou muito a perder o medo e vergonha e procurar ajuda. Infelizmente não tive boas experiências no passado, por negligência minha tive que tratar um canal e a infecção acabou resultando em um tratamento doloroso, hoje aprendi que a “culpa” não era da dentista rsrs, mas minha por ter deixado se passar tanto tempo com o problema. Mas enfim, sempre procurei ler as matérias do blog e aprendi muito sobre coisas que nem tinha noção e assim me senti confiante em fazer uma visita a dentista, pois estava com vários problemas que eu pensei que nem tivessem solução, pra minha surpresa e felicidade tiveram!!! Faz mais ou menos 1 mês e meio que estou tratando da minha saúde bucal, a dentista tem muita paciência e faz o trabalho etapa por etapa, sem pressa alguma, além disso eu estou cuidando muito mais dos meus dentes e estou sentindo prazer em fazer isso! 😀
    Uma dica pra quem tem vergonha / medo: Enfrente, pois vale a pena!

    Obrigada!!!

    1. Luisa, seu testemunho me emocionou. Sério. Tô em lágrimas aqui. Obrigada você… seu relato é a prova de que vale a pena continuar trabalhando. Um grande abraço! 🙂 <3

  13. Olá Dra, queria uma opinião sua. Um dente meu da arcada inferior tinha uma carie aparentemente leve, só que um dia desses eu estava comendo e de repente senti ele quebrar, fui ver no espelho e percebi que ele estava oco, e agora está doendo muito… Tenho medo de fazer canal, quero extrair, qual a melhor opção?

    1. Se der pra fazer canal, essa é a melhor opção, Déh. Tratamento de canal não causa dor de dente, é justamente o que resolve a dor. Se for caso de extração, aí o melhor é fazer implante, embora haja outras possibilidades protéticas (prótese fixa ou removível).

  14. Olá Dra.Ana
    Mês passado procurei um ortodontista, diga se de passagem o “melhor da cidade e região” e ele solicitou que fizesse toda a documentação necessária para depois ele me passar o diagnóstico. Ele me informou que meu caso era relativamente simples, não envolveria cirurgias e que minha arcada superior se posicionava um pouquinho além da superior com 2 incisivos levemente apinhados e que pouco mais de 36 meses para finalizar meu tratamento, me recomendou sistema Damon, pra mim ficou inviável R$340,00 mês, optei pelo nacional autoligado, R$220,00 mês, e o convencional aboliu de seu consultório. Questionei se haveria do estético nacional, ele com tamanha má vontade respondeu que não compensava trabalhar com variedades de brackets nacionais. O autoligado importado expandiria minha arcada sem necessidade de extrações (qualquer aparelho fixo não faria a mesmo “serviço”?) Se é um caso segundo ele de fácil correção, pq em média 3 anos usando aparelho? O Damon realmente é essa maravilha toda que ele disse? Tive a impressão que o aparelho quase que trabalha sozinho. Estou em dúvida, devo dar prosseguimento pfv me ajuuuude rsrs. Quando foi feito o diagnóstico ele estava com a pasta ortodontica em mãos.

    1. Simone, cada ortodontista tem sua filosofia de tratamento e gosta de trabalhar com determinadas técnicas / materiais. Difícil dizer se o uso de qualquer outro tipo de aparelho fixo atingiria o mesmo objetivo… porque é uma questão, também, da boa condução do tratamento, colaboração do paciente, resposta do organismo ao tratamento, etc.. Ser algo de “fácil correção” não significa ser de rápida correção. O sistema Damon é muito bom sim, mas não dá pra dizer que ele, por ser autoligado, vai proporcionar um tratamento mais rápido, por exemplo (embora muitos profissionais defendam isso).

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No plantão: Ana Tokus

Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia pela ABO-PR, convicta de que medo de dentista se combate (também) com informação. Diva-Boss do OdontoDivas e autora do Blog Raios Xis. Twitter: @AnaTokus e @medodedentista