Quando falamos de pacientes especiais, imaginamos apenas pessoas com deficiência mental, talvez pela popularização do termo “especial” que veio para substituir o antigo “excepcional”. Na Odontologia, paciente especial é todo aquele que precisa ter a consulta adaptada à sua condição, seja qual for. Isso inclui outros tipos de pacientes:
- Comprometimento médico: doenças cardiovasculares, diabetes, problemas de coagulação e outros problemas que aumentem o risco de complicações durante um atendimento;
- Deficiência ou limitação física ou sensorial: principalmente cegos, surdos/mudos e cadeirantes, pacientes que precisam apenas de acessibilidade;
- Problemas neurológicos: paralisias, epilepsia, escleroses, doenças de Alzheimer e Parkinson, são apenas alguns exemplos. Aqui o desafio é lidar com espasmos e/ou atrofias musculares ou mesmo com a inquietação do paciente;
- Deficiência mental: sindrômicos ou não;
- Transtornos psiquiátricos:
odontofobiamedo de dentista, depressão e compulsões entre outros problemas; - Transtornos comportamentais: espectro autista, hiperativos, deficit de atenção, etc.;
- Malformações congênitas faciais: como as fissuras labiopalatinas, o famoso lábio leporino.
O conceito parece amplo demais, mas é esta a ideia: abrangência, inclusão! O dentista especialista em Pacientes com Necessidades Especiais é o profissional capacitado para dar acessibilidade, conforto e segurança para os casos mais cabeludos complicados. 😉 A especialidade foi homologada pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) em 2001, e no curso os profissionais são treinados, entre outras coisas para entender:
- Características bucais e gerais desse tipo de paciente;
- Reação dos remédios usados pelos pacientes com as substâncias de uso odontológico;
- Reações que as substâncias de uso odontológico possam causar no estado de saúde do paciente;
- Técnicas seguras de sedação;
- Manobras para contenção física (sim, alguns pacientes podem precisar de contensão física, principalmente aqueles que têm espasmos ou contrações musculares involuntárias, ou quando os responsáveis não autorizam a sedação) 🙁 ;
- Manejo de eventuais emergências médicas que possam ocorrer em um atendimento.
No Brasil, o atendimento gratuito de pacientes especiais é realizado nos Centros de Especialidades Odontológicas, ONGs e em algumas escolas de educação especial. A rede privada resolve boa parte da demanda, já que nem todas as cidades contam com estas instituições.