Um monte de coisa boa! 🙂
Pra você que não ficou sabendo (tsc tsc tsc), explico: nos dias 24 e 25 de junho aconteceu, aqui em Curitiba, o primeiro curso sobre medo de dentista para dentistas. O curso foi ministrado pela minha amiga, a Dra. Daniela Franzen que, além de ser cirurgiã-dentista, também é psicóloga. Aprendemos sobre a neurofisiologia do medo e conhecemos algumas técnicas que podem – e devem – ser usadas no dia a dia do consultório por nós, dentistas. Claro que isso não substitui a intervenção de um psicólogo / psicoterapeuta, mas esses exercícios simples podem ser a diferença entre um atendimento bem sucedido e nenhum atendimento.
Os objetivos do curso foram oferecer opções de tratamento para pacientes com medo; expor de forma interessante as bases neurofisiológicas do medo e conectá-las à prática clínica em Odontologia; explicar cientificamente as ações que podem ajudar os pacientes – e os dentistas – a ter um atendimento mais tranquilo e, por que não, propiciar o uso das técnicas aprendidas para o benefício particular do dentista e de sua família.
O medo de dentista faz parte do grupo das fobias específicas. No curso pudemos entender que quem controla o medo é o nosso sistema límbico, e que quando a ocitocina, conhecida como “o hormônio do amor”, é liberada em meio a uma situação adversa, ela ajuda a baixar os níveis de cortisol, o “hormônio do estresse”. Cria-se, então, uma “dúvida” no cérebro do paciente… por que estou com medo? E é justamente essa a estratégia das técnicas que aprendemos: aumentar os níveis de ocitocina no organismo. Ciência. 🙂
Falamos sobre a técnica psicossensorial, indução de lugar seguro, PNL (programação neurolinguística), Hipnose Ericksoniana, TCC (terapia cognitivo-comportamental), NAEM (Negative Affect Erasing Method), coerência cardíaca, etc.. Aprendemos o básico de como tudo isso funciona pra poder ajudar quem mais precisa: o paciente odontofóbico.
Eu me considero uma pessoa bem racional, não sou do tipo que acredita em qualquer coisa. Eu preciso entender, eu preciso ser convencida com bons argumentos. E posso dizer que o curso cumpriu minhas expectativas.
Gostaria de agradecer de forma especial à Dra. Simone Levy e ao Dr. Nelson Dall’Oca que já são parceiros deste blog e que vieram de longe pra participar do curso, atendendo ao nosso convite. Também, ao Instituto Kopp, onde o curso foi realizado. Muito obrigada!
As inscrições para o próximo curso ainda não estão abertas, mas fiquem de olho… a data e o local serão divulgados aqui no blog, também. 🙂
27 comentários
Adorei o curso e fiquei com gostinho de quero mais! Obrigada Ana por toda a amizade e oportunidade que você dá a nós dentistas e aos pacientes que aqui te procuram.
Lidar com o ser humano já é uma responsabilidade muito grande e a nossa profissão nos permite ir além: conversar, escutar e poder tratar do paciente como um todo e não somente dos dentes. Essa é a grande diferença pra quem lida com o ser humano, pra quem lida com o medo: saber conversar, saber ouvir.
Bjos!
Obrigada, Simone! <3
Boa tarde Dra. Ana. Primeiro gostaria de agradecer pela sua atenção. Como já relatei fiz uma extração do siso há mais de dois meses, tive alveolite, tomei metranidazol e amoxilina e nimesulida. O mau cheiro passou mas a secreção continua, sábado dia 20-08 voltei no dentista, ele disse que a infecção não acabou e me passou outro antibiótico, azitromicina, estou muito preocupada porque a secreção sai de onde ele aplicou a anestesia, porque ele disse que tinha que aplicar no nervo pra eu não sentir dor, é normal? Estou com medo dessa secreção cair na corrente sanguínea, devo esperar ou procurar outro tratamento? Agradeço imensamente sua atenção. Obrigada.
Cátia, pela sua descrição parece haver uma fístula, um “buraquinho” por onde seu organismo libera o pus de um abscesso. Não é normal, significa que há uma alteração, mesmo. Essa secreção não vai cair na sua corrente sanguínea, pode ficar tranquila, quando você engole ela segue as vias normais e você vai eliminá-la.
Que legal, Doutora! Inclusive o Dr. Dilgenio (ultimo da direita >>) foi quem retirou meu ciso, que relatei a uns meses atrás aqui que estava MORRENDO de medo, e foi SUPER TRANQUILO haha
Que legal, Valério! Você esteve em ótimas mãos. 😉
Olá, doutora!
Eu tive um problema que meu dente canino de osso superior direito não desceu pois tinha uns negocinhos atrapalhando (não lembro o que era), ai eu fui no dentista, ele arrancou o dente canino de leite e tirou os negocinhos que estavam atrapalhando, aí agora o meu dente canino está descendo, mas o espaço pra ele ta ficando pequeno porque o dente vizinho está indo pra direção do espaço que é pro dente canino descer, ai uma doutora lá fez a moldagem e disse que eu ia usar um aparelho, mas eu não sei qual e queria muito saber, ela até ligou pra minha casa pra me perguntar a cor, eu achava que era o móvel, mas não pode ser ele porque eu estou sem o dente canino, e eu vi que o ferro fica no meio do dente canino, então eu queria saber, qual aparelho eu vou usar?
(11 anos)
Maria Leticia, suponho que um disjuntor palatino, aquele aparelho que abre o céu da boca. Assim você deve obter espaço para o canino nascer. Não tem problema se o canino não está presente, o aparelho pode ser fixado em outros dentes. Eu falo mais sobre esse assunto aqui –> https://medodedentista.com.br/2011/11/o-aparelho-no-ceu-da-boca.html
Olá Drª Ana,
Antes de tirar minha dúvida gostaria de agradecer por esse trabalho desenvolvido aqui em seu blog, confesso que por muito tempo tive fobia de dentista. Parabéns! Drª Ana, comecei um tratamento odontológico ha três meses e neste momento estou aguardando o implante do aparelho para correção dos meus dentes superiores e inferiores, estou um pouco apreensivo quanto ao procedimento, pois, segundo relatos os primeiros dias são doloridos e tenho um pouco de receio de que isso possa interferir em meu trabalho. Uma outra dúvida é quanto ao procedimento realizado entre meus dentes molares superiores, o dentista realizou um processo de obturação e após eu não conseguia passar o fio dental entre os dentes molares superiores, ele decidiu fazer uma “raspagem do esmalte dos dentes” para que assim eu conseguisse utilizar o fio dental. Neste momento sinto que o espaço entre os dentes está causando desconforto, pois quando me alimento muitos resíduos se alojam neste espaço e após, ao realizar a higiene bucal, no momento do fio dental, percebo que esse procedimento machuca a minha gengiva que está muito exposta e um pouco inflamada. Gostaria de saber se este tipo de ação é comum e se há possibilidades de correção através do implante do aparelho odontológico.
Fico agradecido pelos futuros esclarecimentos.
att: Bruno de Souza
Fico feliz em ajudar, Bruno. 🙂
Quando não há ponto de contato entre dentes vizinhos, acontece o que você descreve: a gengiva recebe o impacto dos alimentos e pode acabar machucada / inflamada. Seu dentista acabou abrindo muito espaço quando foi ajustar a restauração pra que o fio dental passasse. Sim, isso pode ser corrigido com o uso do aparelho ortodôntico, que vai aproximar os dentes.
Muito obrigado! Que Deus abençoe seu trabalho.
Ola Dra. Ana, faz uns 3 anos mais ou menos que tive um problema no dente do siso e estava super preocupada achando que nunca mais teria uma vida tranquila e sem dor. Nessa Época encontrei seu Blog e voce me confortou com palavras de encorajamento.
Voltei aqui para agradecer e vejo que voce continua nesse seu jeito único em responder a muitassss pessoas.
Não esmoreça, continue assim, mesmo o mundo sendo tão egoista, esse seu papel que pode parecer de formiguinha, ajuda e alivia a aflição de muita gente.
De vez em quando lembro de voce e elevo meus pensamentos a Deus pedindo a Ele que lhe abençoe.
Deus lhe abençoe e fortaleça na Graça.
Obrigada pelo tempo gasto com palavras bondosas que acalmou a minha alma em aflição quando eu muito precisava de uma opinião.
Adriana, muito obrigada pelo seu comentário. Ganhei o dia. 🙂 São relatos como o seu que me incentivam a continuar, porque olha… não tá fácil. Neste momento em que respondo você há mais de 100 perguntas aguardando na fila de moderação, então imagina…
Um grande abraço e obrigada por sua orações. <3
Poxa, que linda mensagem! Homenagem mais que justa pra Dra. Ana, que ajuda mesmo, sem nem saber que um mundão de pessoas entram aqui, como eu, faz tempo! Dra. Ana, a senhora merece esse carinho todo!
<3 <3 <3
Oi Dra. Ana! Tudo bem?
Cheguei ao seu blog por acaso, seu trabalho em desmistificar a Odontologia é lindo, parabéns!
Minha pergunta: acabei de trocar a restauração de um dente, tive uma minúscula exposição da polpa com sangramento. Estou aflita que isto pode virar um canal mais pra frente… Quais são minhas chances reais de que este dente permaneça saudável?
Obrigada!
Alline, obrigada. 🙂 Se a exposição foi pequena e tratada na hora, as chances de evitar um tratamento de canal são grandes. Na ausência de dor, eu não me preocuparia.
Olá, doutora!
Tenho uma afilhada de 1 ano de idade, linda e saudável, mas desde que começaram a nascer os dentinhos, notamos que os 4 dentes da frente (parte superior) não estavam com uma coloração normal, um pouco amarelado, tem um escuro, e outro se desgastando, cada vez mais, por sinal, diferente dos demais. Por conta disso, com 10 meses eu e minha amiga levamos ela até o consultório da minha dentista, ela focou na escovação após cada mamada, somente para não formar cárie… Com 1 ano e 2 meses, levamos ela novamente, conforme sugestão da dentista, no final nos disse que nada poderia ser feito, muito menos para melhorar a estética. Disse para levarmos ela de 4 em 4 meses para acompanhamento, e que qualquer outro procedimento somente a partir dos 4 anos de idade. Pode parecer besteira, mas está bem difícil de aceitar ?… Super confio na minha dentista, ela é atenciosa, amável e profissional, mas precisava de um norte nesse momento. Grata!
Ketlen, a dentista deu nome para o problema? Porque pela sua descrição parece ser um problema generalizado de formação do esmalte chamado “amelogênese imperfeita”. O tratamento é restaurador (restaurações estéticas), e na idade da sua afilhada é mais complicado intervir nesse sentido, não que seja “proibido”, é possível, mas aí seria preciso pensar em sedação ou algo do tipo. Considerando esses serem dentes ainda de leite, talvez o melhor seja aguardar, mesmo.
Ela chegou a mencionar esse nome, sim. Mas não deu certeza… Não sei exatamente como funciona a percepção através do RX, mas vamos tentar. Sendo amelogênese, os dentinhos podem ir se desgastando a ponto de “quebrar”? E o que fazer pra evitar que se agrave, além da escovação?
Sim, porque o esmalte, nessa caso, é frágil. Não deve se agravar, a não ser que haja fraturas, mesmo. É preciso ter cuidado com o que ela mastiga, evitem dar pra ela alimentos muito duros (não que seja preciso alimentação pastosa, nada disso, mas é preciso ter cuidado e bom senso).
Entendi. Ficaremos observando na medida do possível, é claro. E seja o que Deus quiser! Hahaha
Teu blog tem sido esclarecedor e pontual. Obrigada por nos dedicar teu tempo. Que Deus te recompense por isso! Super beijo, querida!
<3
Doutora bom dia, eu acabei passando a escova em cima dos pontos e um lado deles soltou um pouco ! O que eu preciso fazer ? Nao estou sentindo dor ou sangramento. Quais cuidados preciso tomar ? Vou retira-lo essa segunda feira, vou precisar coloca-lo novamente ?
Sem problema, Afonso. Acontece. Se não dói nem há sangramento, tudo bem.
Excelente curso, que com certeza irá agregar ainda mais recursos aos que já utilizamos para atendimento de pacientes com medo.
Sem dúvida, Nelson! 🙂
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