Ano novo sempre traz novidades. E é com imensa satisfação que apresento a vocês a mais nova colaboradora do Blog Medo de Dentista: a psicóloga, e minha amiga, Fabiele Buiar. Ela topou o convite (e o desafio) de me ajudar na árdua tarefa de livrar o mundo (modestamente falando, é claro) 🙂 do medo de dentista. Fabi, seja muito bem-vinda! Pra começar, nada mais adequado que conhecer melhor o “inimigo”…
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Medo. Hoje vamos falar um pouco mais desse sentimento que assola a todos nós. Mas o que é o medo e pra que ele serve além de nos incomodar? Bom, vou defender um pouco o medo, que tem subjugado tanta gente.
O medo é muito importante para a nossa sobrevivência. Ele é uma reação instintiva a alguma ameaça iminente, ele nos protege mandando informações ao cérebro que nos prepara para “lutar ou correr”. Ou seja, ele é um importante instrumento de defesa.
Aqui uma pequena definição, mais simples, da Wikipédia:
“Medo é uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que libera hormônios (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lutar ou fugir. A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade. Na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objeto que lhe causa medo. Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, na qual o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade. O medo pode se transformar em uma doença (fobia) quando passa a comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psíquico.”
E quando o medo se torna um problema? Ao chegar aos extremos. Como prega o dito popular: “É oito ou oitenta”. Quando isso acontece prejudica o andamento das nossas vidas, o que tem se tornado cada vez mais comum pelo imediatismo imposto atualmente. A ansiedade tende a aumentar, e coisas simples se tornam grandes problemas.
E o que me trouxe hoje aqui foi um tipo especial de medo, o medo de dentista, nome desse querido blog. Por que tanta gente tem medo de dentista? Por que esses profissionais tem sido motivo de pânico para alguns? Eu pensando aqui “com meus botões” cheguei a algumas conclusões.
As pessoas só procuram o dentista quando o dente está doendo. E quando se trata de dentes, quer dizer que a coisa já está feia. Isso já vem de longa data. Nossos pais e avós só iam ao dentista em último caso, e geralmente acabavam por perder seus dentes por não ter mais o que ser feito a respeito. Isso acontecia até por uma questão cultural, não se praticava nem se ensinava o cuidar dos dentes, e muito menos havia o hábito de se ir ao dentista só para ver se tudo estava bem.
E o medo fica de herança para os filhos e os netos. Dentista é aquele cara que só arranca dentes, sem dó nem piedade, gerando dor e transtorno às pessoas que passam por suas malvadas mãos. O fato é que na época dos nossos pais e avós não havia tanta informação, nem tantos profissionais e recursos.
Hoje as coisas são diferentes. Além dos blogs, ótimos lugares para se tirar dúvidas, há também vários outros veículos de comunicação, onde se fala abertamente de prevenção. Há muito mais profissionais disponíveis e métodos que diminuem a possibilidade de dor, mas uma mudança de pensamento requer tempo.
Eu sei que é importante levar meus filhos desde bebês ao dentista para orientá-los sobre prevenção e cuidados com os dentes. E isso eu sei porque tive uma educação com mais contato com o dentista. Meus pais perderam alguns dentes por não saberem como cuidar, aprendendo da pior maneira. Porém, ao invés de repassar esse medo aos filhos, eles nos levaram ao dentista desde pequenos. Talvez não a cada 6 meses, que é o ideal, mas sempre que possível. Sei que nem todos tiveram essa sorte, e acabaram recebendo dos pais seus medos e receios. Afinal, acabamos enxergando o mundo, num primeiro momento, através dos olhos dos nossos pais, usando a visão deles como base para a formação da nossa. E não esqueçamos, ainda, da parcela cultural do medo de dentista.
Uma outra maneira de se desenvolver o medo, a pior, é passando por uma experiência infeliz no dentista. Você pode ter se assustado com alguma coisa quando era criança, pode ter sofrido algum desconforto durante um tratamento mais complicado ou pode simplesmente ter deixado a situação chegar a um ponto sem volta, colocando de lado a visita periódica ao dentista. Por fim, talvez você tenha tido a infelicidade de cair nas garras mãos de um mau profissional. Acontece. O fato é: atualmente, não há o que se temer. Já existem tecnologias e equipamentos que minimizam a possibilidade de dor. E, claro, uma pesquisa sobre o profissional que o atenderá pode evitar transtornos. Não se esqueça: o barato pode sair caro.
Essa foi só uma “pincelada” sobre as possíveis razões para o medo de dentista. Existindo outras (e elas existem), ficam para os próximos posts, nos quais posso, inclusive, orientar mais especificamente aqueles que sofrem com o medo de dentista, dando algumas dicas e até indicando ótimos psicólogos que tratam da odontofobia.
Fabiele Buiar – Psicóloga Terapeuta Cognitiva
4 comentários
>Já posso esperar por mais outros excelentes posts como esse em 2011! 😀
Beijos, Ana!
>Kellen, Gustavo… vocês já são sócios dos MD! 🙂 Abraço!
>Uma parceria brilhante!
Ana, parabéns pela iniciativa.
Fabiele, parabéns pelo texto e seja bem vinda!
Abraços do tio!
(Ih, olha o tio dando as boas vindas como se fosse anfitrião…:P)
>Nossa! Que esclarecedor!
Ana e Fabiele, Parabéns pelo post! Se o prieiro do ano já foi assim …imaginem os próximos.
Adorei.
bjssss
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