Lembranças dos tempos de criança

E olha o Tio dando expediente aqui no MD de novo! Andei meio relapso, mas estou de volta! I’m back! E já chego fazendo uma pergunta: o que realmente marcou a sua infância? O que ficou realmente gravado na sua memória?

Há pouco tempo, os colegas do odontoBLOGia publicaram um post mostrando que, de acordo com um site especializado em memória fotográfica, o fato que mais marcou muita gente durante a infância foi – pasmem – uma visita ao dentista! E mais: a perda do dente de leite também está entre as TOP 10 lembranças dos tempos de criança! (clique aqui para ver o resultado completo).

Mas o que pode acontecer de tão legal no consultório a ponto de marcar tanto assim a memória das crianças?

De fato, muita coisa. Mas, o que marcou a meninada na pesquisa não foi algo tãããoo legal assim: para 86% dos entrevistados, o MEDO foi a razão principal para que a ida ao dentista ficasse pra sempre na memória.

Vou confessar uma coisa: apesar de ser odontopediatra e defender a todo custo que dentista não é bicho papão, as lembranças que tenho das minhas primeiras visitas ao dentista não são das melhores também não. São meio vagas mas, ainda assim, marcantes. Pelo que eu me lembro, o Dr. Iron, que já nem sei se ainda é vivo, era careca e tinha cara de bravo. E o dedão dele era grande demais pra caber na minha boca!

Teve uma vez que, de noite, eu estava com o rosto inchado. Mas dessa vez quem me atendeu foi o Tio Carlinhos (Tio Carlim), que era odontopediatra e primo da minha mãe. Mas eu já tinha medo de dentista e, então, eu tinha medo dele também. Além do mais, meu dente estava doendo e eu não queria que ninguém mexesse nele.

E quando o dente de leite amolecia? Era meu pai quem tirava. Era um momento de tensão também. Nos instantes que antecediam a “extração”, sentia um frio danado na barriga enquanto ele amarrava o fio dental no dito cujo. Um, dois e… antes de chegar no três ele puxava com força. Pra minha sorte – e alívio! – o dente sempre saía na primeira tentativa. Só uma vez que isso não aconteceu e o dente ficou “pendurado” na gengiva. Acho que demorei uns dois dias pra tirá-lo de lá. E SOZINHO!!! (#epicwin \o/)

Sem contar que eu passei boa parte da minha infância sem um incisivo central, né? Porque, quando estava aprendendo a andar, eu acabei aprendendo a beijar o chão também. E o um dos incisivos centrais (já não sei mais se o 51 ou o 61) deixou de fazer parte da minha vida.

É, tô vendo que alguns pequenos fatos odontológicos também ficaram gravados na minha memória dos tempos de criança. Mas quis o destino que eu me tornasse odontopediatra pra ver se acabava com o medo da meninada. Ou seria pra superar um possível trauma? Pode isso, Dr. Freud?

Fica a dica: não deixe que o medo fique gravado na memória do seu filho. Mostre pra ele o quanto cuidar da saúde bucal desde cedo é importante e o quanto a visita ao dentista pode ser divertida e prazerosa. Nada de associar com um castigo ou coisas do tipo. Faça com que, ao chegar na idade adulta, ele lembre da tia ou do tio dentista com muito carinho e admiração!

Abraço do Tio!

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Categoria: CuriosidadesOdontopediatria

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6 comentários

  1. Toda vez que eu abro minha pasta Odahcam eu consigo visualizar a sala do Tio Toninho!! Mas também lembro da interminável aplicação da anestesia e ele contando beeeeeeem devagar: 1, 2, 3, 4, 4 e meio… rsrsrss

  2. e olha que eu poderia ser uma pessoa que odiasse dentista até a alma, porque tenho um bendito problema no maxilar que além de fazer muito barulho (estralo) me causa muita dor de cabeça, e já passei por muitos, muitos dentistas… Peguei uns que mereciam escutar um pacote rsrsrsrs… Graças a Deus, não fiquei com trauma e isso é bom, porque vou voltar a tratar meu maxilar de novo… e lá vamos nois…

    Gosto muito desse blog… Estão de parabéns…

  3. Teve uma vez em particular que eu nao queria mais ver a cara da minha dentista rsrsrs, eu tinha 6 anos e fazia tratamento na faculdade daqui de Bragança, eu me lembro que ficava bastante tempo com ela e uma vez eu pedi a ela para ir ao banheiro e ela pediu para esperar, resultado?? Fiz xixi na roupa kkkkkkkkk e logo em seguida brigou comigo porque eu nao queria coperar para ela tratar dos meus dentes rsrsrs.

  4. Muito legal, Tio! Quando li o post no OdontoBLOGia já achei bastante interessante o resultado da pesquisa, e essencial considerar como a experiência da visita ao dentista na infância pode marcar a vida (e a saúde) das pessoas. Sempre tive uma relação muito boa com o dentista, graças a Deus. Mas é fato que muita gente que se declara odontofóbica diz isso pelo que viveu lá no começo da vida. Fiquemos atentos a isso. Parabéns pelo texto! 🙂

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No plantão: Gustavo

Cirurgião-Dentista. Graduado pela Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (EFOA), atual Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Especialista em Odontopediatria pela APCD (Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas) em São Carlos-SP. O Tio Dentista agora é o OrtodonTio! Twitter: @tiodentista e @ortodonTio