Agulha? Não quero nem ver!

Pois faz muito bem! Pesquisadores alemães do Centro Médico da Universidade de Hamburg-Eppendorf confirmaram que não olhar pra agulha diminui a dor da punção. Além disso, a frase “você vai sentir só uma picadinha”, que a maioria dos profissionais de saúde usa com a maior boa intenção, só piora a situação, já que confirma para o paciente que ele vai sentir dor.

Segundo a pesquisa, nossa percepção de dor é baseada em duas coisas: experiências passadas (você já levou uma agulhada e sabe que doi) e expectativas (você vai levar outra agulhada e, é claro, vai doer). Portanto, não olhar para a agulha ajuda a não lembrar da dor que ela causa. E não ouvir o aviso de que a injeção vai causar desconforto, também.

O estudo se deu da seguinte forma: foram analisadas as reações de 25 estudantes universitários a um choque leve especialmente designado para causar um desconforto igual a de uma injeção. Ao receber o choque, os estudantes olhavam para um monitor com a imagem de uma mão na mesma posição que a sua, o que sugeria ao cérebro que podia se tratar de sua própria mão. Algumas pessoas receberam o choque enquanto viam a mão sendo picada por uma agulha, enquanto outras viam a mão ser tocada por um cotonete. O grupo-controle via apenas uma mão. Os estudantes que viram a imagem da mão sendo picada por uma agulha relataram sentir mais dor e desconforto.

Conclusão: a expectativa da dor intensifica a percepção da dor.

Bom, eu particularmente tenho o hábito de avisar meus pacientes sobre a “picadinha” da agulha. O estudo alemão sugere, ainda, que o dentista deveria dizer para o paciente que não vai doer, pois isso quebraria a expectativa da dor. Eu acho isso questionável pois, se doer, o paciente nunca mais vai acreditar em mim quando eu disser que não vai doer. Sei lá, eu prefiro ser realista… e costumo ter bons resultados (e menos sustos) agindo assim.

Em tempo: já expliquei aqui no blog que a agulha do dentista é muito mais fininha e flexível que aquelas de injeção. Mas, por via das dúvidas, não olhe pra ela. 😉

Dica da Dra. Anabelle

Fonte: HypeScience

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Categoria: Curiosidades

11 comentários

  1. Olá, amanhã vou ao dentista. Suponho que a dentista irá fazer um raio x para ver o que tenho de fazer. Tenho o pressentimento que ela vai extrair um dente meu, porque ainda é de leite e está a abanar, mas nao cai, e o problema é que o novo está a nascer por cima desse. Sabe o que ela irá fazer-me?? Tenho medo que a anestesia nao dê comigo… e se tenho dores?? AJUDE-ME.

    1. Adriana, a dentista não vai extrair um dente seu “de suspresa”, selo seu consentimento, e é quase certo que ela vai radiografar você antes. A anestesia, via de regra, controla a dor sem problemas.

  2. Eu acho que sou meio “masoquista” porque gosto de olhar tudo o que ele faz, na medida do possível: a agulha, uma espécie de “punção”, um “gancho” que segura o dente, a “broquinha” furando o dente e a “zoada” (iiinNNNNNNNNIIiiiiinNNNNNiiiiiiiiiNNNNNNN).

  3. Não senti dor com a anestesia aplicada pelo meu dentista. Mas agora, estou fazendo um tratamento endodôntico e estou com receio por que tem um abscesso, um tipo de “bolha” na gengiva, sobre o dente em tratamento. Estou aqui rezando pra tudo quanto é santo por que tenho certeza que, dessa vez, vai doer muito!

  4. Certissimo, eu nao olho de jeito nenhum, alias tambem nao olho para nenhum outro instrumento que o dentista usa. Depois fica a minha mae perguntando o que foi que o dentista usou, e eu falo que eu nao sei, ja que nunca olho mesmo. Ela sim olha tudo, nem se abala. Mas como eu disse em outro post, ela tem um tremendo sangue frio, ja eu…que diferença.

  5. Uso uma técnica parecida com a da Dra. Celia, com algumas variantes. Por exemplo, na região anterior superior eu dou pequenos puxões e um leve aperto no lábio no momento da inserção da agulha. Este estímulo desvia a atenção do paciente e em muitos casos ele nem sente a picada. O momento da injeção também é crucial para uma anestesia sem dor. Pequenas “bombadas” no embolo da seringa garantem que uma pequena quantidade de anestésico seja injetada, pré-anestesiando a área antes da injeção lenta. Tudo isto é feito com um apoio firme, para que a agulha não escorregue e raspe no periósteo e tem dispensado o uso de anestésico tópico. Na região posterior procuro fazer um estímulo vibratório, apoiando firmemente na mandíbula ou na região malar do paciente, afastando a bochecha ao mesmo tempo em que faço a injeção lenta. Não sei se ficou bem claro, é mais fácil fazer do que explicar hehe. Mas espero que possa ser útil.

    Abraço e parabéns pela excelente matéria!

  6. Minha dentista nao avisa, so fala para respirar fundo, nao senti dor na primeira anestesia q levei dela, fikei ate impressionada, na segunda anestesia relaxei total, confiei totalmente q nao ia doer e cai do cavalo legal, a região latejou 3 dias, da para entender??? e não olhei para a agulha, não costumo olhar para nenhuma agulhada q vou levar e ainda assim sinto dor 🙁

  7. Eu costumo puxar a mucosa de encontro a agulha. É um leve tranco que mascara apicada.
    No caso de procedimentos onde pode haver dor, costumo dizer: Vc pode sentir algum incomodo e se sentir me faça um sinal. Já li que vc avisar que o fulano pode sentir “dor” sugestiona mesmo. A parti daí mudei o enfoque.
    Não tenho dados sobre mais ou menos dor, mas achei melhor assim.
    Eu sou a Dentista “mais Sincera possível” hehehe

A área de comentários / perguntas está fechada. Agradeço a compreensão.

No plantão: Ana Tokus

Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia pela ABO-PR, convicta de que medo de dentista se combate (também) com informação. Diva-Boss do OdontoDivas e autora do Blog Raios Xis. Twitter: @AnaTokus e @medodedentista