O Cinema e a TV estimulam o Medo de Dentista

Criança com medo de dentistaNão acho que essa informação seja exatamente novidade, é um fato: a forma como os dentistas são retratados em filmes e programas de TV não é amistosa. Já há algum tempo venho mostrando exemplos disso nas séries O medo de Dentista na Mídia e Resenha Literária. O dentista, segundo a mídia, parece ser aquele cara que faz você sofrer, e muitas vezes apenas pelo prazer de fazê-lo.

Parece. Mas não é.

Percebendo esse fenômeno, as pesquisadoras na área de Psicologia Fátima Reis, Maria do Rosário Dias e Isabel Leal desenvolveram o estudo Promoção da Saúde Infantil: Construção e avaliação de um programa de intervenção em saúde oral, e nele consta o artigo A consulta no setting odontopediátrico: a percepção subjetiva do medo, que você pode ler na íntegra clicando aqui.

Em resumo, o artigo observou que a percepção subjetiva das crianças na visita ao dentista pode ter um impacto mais determinante do que o tratamento recebido ou a doença bucal que elas têm. Ou seja: a origem do medo é anterior ao contato com o dentista. O estudo, do qual participaram 166 crianças em idade escolar (5-12 anos), avaliou o medo das crianças e o comportamento manifestado durante a consulta. Utilizou-se o teste Children’s Dental Fear Picture (CDFP, Klingberg & Hwang, 1994) para isso. Foram identificados três perfis de crianças: “com medo”, “sem medo” ou “ambíguo”. Analisou-se também a relação do medo com a idade e com o número de consultas anteriores no dentista. Chegou-se à conclusão de que o medo do dentista e o comportamento durante a consulta necessitam ser abordados como entidades diferentes. O estudo aponta para a necessidade da criação de instrumentos lúdico-pedagógicos no setting de consulta com a criança.

A doutoranda em Psicologia Aplicada Fátima Reis relata que 36,7%  das crianças têm medo de ir ao dentista. “Esta ocorrência pode relacionar-se com o fato de diversas crianças observadas na clínica, onde a recolha da amostra  foi efetuada, serem re-enviadas de outros locais de prestação de cuidados, por dificuldades encontradas no setting clínico e terapêutico”, destaca.

Já no artigo Representação social da Odontologia: a contribuição da produção cinematográfica para perpetuação de um estereótipo negativo (que você pode ler na íntegra aqui), Claudia Bacellar de Pinho , Henrique Sant’Anna Dias, Ana Clara Rebouças CarvalhoSandra Garrido de Barros analisam a contribuição de filmes para a construção da representação social da Odontologia. O levantamento foi realizado através do sistema de buscas do Google, utilizando como palavras-chave “filme” e “dentista”. Os primeiros 100 resultados foram analisados, sendo excluídas produções de divulgação limitada e acesso restrito. Foram selecionados dez filmes e outros sete foram analisados por sugestões de terceiros. Observaram-se características do profissional e do tratamento, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Destacaram-se três filmes destinados ao público infantil e dois de terror. Os dentistas eram tipos criminosos, agressivos, atrapalhados e pouco comunicativos, apresentando-se como vilões em pelo menos três filmes. Segue a lista:

  • Carlitos dentista (1914)
  • Nova transa da pantera cor de rosa (1976)
  • A pequena loja dos horrores (1986)
  • Paixão de alto risco (1994)
  • O dentista I (1996)
  • O dentista II (1998)
  • Meu vizinho mafioso I (2000)
  • Náufrago (2001); Droga de sedução (2001)
  • Neve pra cachorro (2002)
  • Balzac e a costureira chinesa (2002)
  • A vida secreta dos dentistas (2002)
  • Procurando Nemo (2003)
  • Desaparecidas (2003)
  • O homem do ano (2003)
  • Meu vizinho mafioso II (2004)
  • A fantástica fábrica de chocolate (2005)

Fica claro que a grande maioria dos filmes da lista tem como público alvo as crianças, e o resultado das análises relacionou a personalidade dos dentistas com o medo em 80% dos filmes e, com a dor, em 73,3%. A falta de biossegurança também foi um traço bastante presente.

Apesar da ampla discussão acerca da humanização do atendimento em saúde nos últimos anos, ainda prevalecem nas produções cinematográficas e no imaginário social características negativas relacionadas ao dentista e ao tratamento. O estudo concluiu que a desconstrução da imagem do dentista historicamente formada é importante para a reversão do quadro apresentado e sua interferência na busca por atenção à saúde bucal.

Enfim… prometo utilizar meus contatos privilegiados em Hollywood 🙂 pra ajudar a acabar com essa difamação à profissão. Até lá, nós dentistas nos comprometemos a desmentir isso na prática e continuar tratando nossos pacientes com todo o respeito e cuidado que eles merecem. Certo, colegas?! 😉

Com agradecimentos ao Tio Dentista.

Compartilhe:

Comentários via Facebook


Categoria: O Medo de Dentista na Mídia

Marcadores:

64 comentários

  1. Doutora, eu já perguntei aqui, mas não está aparecendo a resposta há dias, nem pelo celular nem pelo computador. Então, por via das dúvidas queria perguntar de novo.
    O que acontece foi que quando minha dentista refez a restauração do 21, ela foi tirar os excessos com a broca e isso desgastou um pouco a parte vestibular perto da oclusal e além disso fez várias ranhuras no esmalte. Quando vejo no espelho, o reflexo da luz não é uniforme, aí parece que áreas estão mais escuras q outras, mais transparentes. Agora eu gostaria de perguntar: COMO TIRAR ESSAS RANHURAS DO ESMALTE? Antes ele era todo plano, bonitinho, agora tá todo riscado…e tenho medo que quando eu for refazer, a broca risque ainda mais!!!

    E na retirada do aparelho, como minha orto vai tirar a resina que cola o braquete? Aquele alicate não vai remover a resina da restauração também?
    E o polimento? O polimento desgasta os dentes? O polimento pode amenizar as ranhuras?
    E o clareamento? Se eu clarear com a restauração que uso agora (provável), o esmalte por baixo da restauração vai clarear também ou só em volta?
    Aguardo ansiosamente sua resposta por que meu Deus, estou preocupada 🙁

    1. 1. Uma vez riscado o esmalte, riscado ele ficará. Uma possibilidade é “alisar” esses riscos com uma broca laminada. Fiz isso em mim (outra dentista fez, claro), e ficou muito bom.

      2. A resina dos bráquetes deve ser removida com uma broca laminada também, preferencialmente em baixa rotação. Aí não risca o esmalte.

      3. O polimento não desgasta os dentes e também não ameniza os riscos.

      4. O esmalte só vai clarear em volta (por baixo da restauração não há esmalte, mas dentina), a restauração terá que ser trocada após o clareamento.

      1. Ah, obrigada, doutora! Mas sobre a 4, como eu disse em outra pergunta por aqui, a dentista estendeu, aí ficou resina por cima do esmalte também… nesse caso clareia esses lugares também? ^-^

        1. Ah tá, entendi. De qualquer forma, se o esmalte está por baixo da resina, o gel não chega nele, e ele não é clareado.

          1. Mas então não deveria tirar a restauração primeiro, clarear e depois fazer uma nova? Porque assim ele vai ficar manchado, não é?

            Obrigada ^^

          2. Não. O protocolo é clarear e depois trocar a restauração. Não dá pra ficar sem restauração enquanto se clareia o dente.

  2. Doutora, como sabes, eu estou usando o aparelho fixo (que por sinal, já está movimentando meus dentes de forma bem visível! Eu coloquei dia 22 de dezembro, nem 1 mês ainda 😀 ), e o meu 21 está restaurado. O plano da clínica é depois de tirar o aparelho, fazer o clareamento a gel. Mas, doutora, no dia de tirar o aparelho, como se remove a resina que cola o aparelho nesse dente se por baixo está a resina da restauração? Vai tirar tudo?
    Além disso, tem o polimento também, ao fazer esse polimento, os riscos no meu esmalte causados pela broca na confecção da restauração sumirão? Se a broca riscou meu esmalte foi um erro da doutora?
    E se depois quando eu fizer uma nova restauração a broca riscar de novo meu dente? É horrível ter dente riscado, mesmo que só eu perceba 🙁
    E doutora, tem como o dentista tirar a resina que está na parte oclusal do 21? Porque quando eu fiz a restauração antiga, a cavidade era pequena, então acho que por isso o dentista “estendeu” a restauração até parte da oclusal logo abaixo (não desgastou, só cobriu de resina), mas hoje isso me incomoda um pouco pois parece que meu dente está meio “gordinho”, ele era naturalmente meio arredondado nos lados, mas agora é um quadrado gordinho. O dentista tem como tirar essa resina e saber até onde é resina e quando começa meu dente? E então tirar a resina e deixar a parte oclusal “como veio ao mundo”?
    Pleasee, doutora, responda todas essas inúmeras perguntas, estou cheia dúvidas 🙁 (novidade rsrs)

    1. Que estranho você com dúvidas, Karen. 😛

      Vamos lá: na remoção do aparelho só será removida a resina necessária, ou seja, a usada na colagem do bráquetes. O polimento da resina não remove riscos de esmalte. Sim, é possível remover a resina que está na “oclusal” (quando é um dente anterior diz-se “incisal”) do 21. Se está sobrando mesmo, é só tirar. Dá pra diferenciar dente e resina, sim.

  3. Doutora, é verdade que quem usa aparelho não pode beber refrigerantes? E comer biscoitos recheados (Trakinas, Bono etc)? Minha orto não me proibiu de comer nada, só disse para que se for duro, cortar em pedaços pequenos, etc… Tem problema tomar refrigerante usando aparelho? E quem não usa, só faz mal se o consumo for em excesso?

    Obrigada, ótimo 2016 pra vc 😀

    1. Karen, pode beber refrigerante, sim… na verdade não há nenhuma proibição alimentar. É como sua orto orientou, basta ter “juízo”. O consumo de qualquer coisa em excesso faz mal e, no caso do refrigerante, que é uma bebida ácida, pode contribuir para a erosão de esmalte (além da grande quantidade de açúcar que o refri tem).

  4. Percebi q tenho lingua pilosa. Vi fotos na internet e minha lingua ta igual. Mesmo usando limpador de lingua e tal nao passa. Existe algum remedio? E é um dentista que eu tenho q procurar?

    1. Manu, o tratamento é basicamente a remoção da causa, além de bochechos, higienização e, possivelmente, medicação. Sim, procure um dentista pra avaliar e tratar de acordo.

  5. Doutora, hoje fui refazer a restauração do 21 com minha dentista. A doutora removeu a antiga, ok. Só que depois, quando ela fez outra, a resina não está só sobre o “buraco” (que era pequeno), mas no dente todo praticamente!! Se eu passar a lingua ou o dedo, só sinto a resina e não o dente! Além disso, ela fez e tudo mais, aí deu uma olhada e passou a broca embaixo para acertar (mas não era só o buraquinho? Por que ela precisou passar embaixo também?), mas isso desgastou uma parte do dente em baixo!! O meu dente está em resina e desgastado em baixo! Eu falei com ela: Doutora, isso não desgasta o dente não, né? (broca) aí ela: Então, sempre que você tiver que restaurar, sempre vai haver um desgaste do esmalte, nem que seja de milímetros, é assim mesmo.
    Mas eu não estou confortável com essa restauração, porque olho no espelho e vejo meu dente todo com resina e desgastado embaixo! É assim mesmo? O que ela disse é verdade? Eu sinto meu dente mais fino na sua borda onde está desgastado e mais grosso onde está a restauração!!! Me ajude porr favooor!

    Se eu passo a língua, o dedo, ou olho no espelho dá pra ver o desgaste!! Se olhar o dente de lado, ele está meio assim:
    | | | |
    | / mas antes era assim : | | E isso está me incomodando muito!!

    E quando eu colocar aparelho, se o bráquete ficar em cima da restauração ela pode se mover?

    Doutora, ME AJUDE! 🙁
    Estou triste com essa restauração :'(

    1. Karen, vi que você me mandou um e-mail com fotos. Não consigo enxergar o desgaste que foi feito, provavelmente porque eu não sei como o dente era antes de ser desgastado… mas você sabe, por isso é de se esperar sua estranheza a respeito. Já a restauração, embora a foto não esteja boa, eu até consigo ver… talvez a resina tenha ficado um pouco transparente. Dependendo da restauração, pode haver necessidade de algum preparo / desgaste, sim. Enfim: anatomicamente pode ter havido alguma mudança, mas nada tão chamativo… tanto que eu nem consigo perceber pelas fotos.

      Quanto ao aparelho, o bráquete será colado mais no centro do dente, não vai ser sobre a restauração. E mesmo que fosse, dificilmente o bráquete seria capaz de deslocar a restauração toda… seria mais fácil ele soltar.

      1. Doutora, hoje eu fui olhar esse dente desidratado com uma lanterna no espelho. Aí eu pude ver o contorno da restauração e tudo mais, só que eu vi também como se fosse um desgaste ao redor dela pela broca, bem pouco, é normal haver desgaste em volta da restauração? A dentista pode ter feito isso sem querer?
        O pior é que eu vi uma linha perto da parte lateral do dente (próximo ao ponto de contato com o 22, não tão próximo), essa linha/risco eu não sei se é porque do lado o dente está normal e mais pro meio desgastado ou se é por causa da broca também! O problema é que eu tenho tido certa sensibilidade bem em cima de onde tá o risco!! Quando eu bebo água gelada, refrigerante, como, qualquer coisa, não sinto nada, mas às vezes eu não estou fazendo nada e bem em cima de onde está esse risco dói, aí passa. Isso pode ser algum problema? É normal? Devo me preocupar?
        Doutora, minha dentista só trabalhava até hoje e eu não pude ir lá polir a restauração, tem problema pôr o aparelho sem polir mesmo?
        Ooooutra coisa é que ás vezes “param” resíduos alimentares na borda de cima da restauração…
        Meu Deus, doutora, essa restauração só me deixou triste! Antes meu dente tinha uma restauração PEQUENA (não foi polida também) e meu dente não estava desgastado em nada e nem tinha esses malditos riscos!! 🙁 🙁 🙁

        1. Karen… guarde essa lanterna e RELAXE. 🙂 Como a restauração é recente, pode dar alguma sensibilidade de vez em quando. Acontece. O ideal é polir, mas isso pode ser feito até depois da instalação do aparelho. O desgaste em volta da restauração, se fori feito, certamente foi de propósito, o que chamamos de “bisel”. Enfim… deixe passar o recesso de fim de ano e, quando sua dentista voltar ao trabalho, você tira essas dúvidas com ela, principalmente no que diz respeito à retenção de resíduos, se isso está acontecendo é essencial corrigir.

          1. Obrigada, doutora! Farei isso então… mas pra que serve essa técnica? Quando eu tiver que refazer, ela terá que desgastar mais meu dente? Porque tenho medo de sempre desgastar mais e mais e no final eu ter que usar facetas ‘-‘ .

          2. O bisel serve para “mascarar” a linha da terminaçao entre o dente e a restauração, somente na face vestibular (de fora), e tem caráter estetico. Além disso, o bisel aumenta a área do preparo, fazendo com que aumente a retenção micromecânica da restauração, ou seja, ela fica mais “firme”. Numa próxima vez, em princípio, não será preciso desgastar mais seu dente, não.

          3. Doutora, mas uma coisa que eu não entendi, é que se ela realmente usou essa técnica (porque eu não sei se foi isso mesmo, só sei que olhando no espelho, eu vejo o tecido mais escuro/transparente em volta da restauração), quando eu tiver que refazer, ela terá que fazer uma restauração do mesmo tamanho?? Se ela fizer menor, o desgaste vai ficar mais exposto?
            Doutora, minha restauração antiga era pequena! Mas essa agora está grande, cobrindo partes do dente que não estavam com problema algum! Eu não sei se ela desgastou e pôs resina por cima ou se simplesmente pôs resina por cima… só sei que poxa, eu não queria que meu dente fosse mais desgastado!! Eu não entendo porque ela fez grande 🙁

          4. Karen, se o dente foi desgastado, quando ele for restaurado novamente, a restauração terá que ser “grande” como essa. Mas você levantou uma possibilidade interessante, que pode haver “sobra” de resina, e aí a remoção dela, no futuro, não exigiria uma restauração desse tamanho, mas menor. Mas só sua dentista pode confirmar qual é o caso.

        2. Ah, doutora, esqueci de dizer… nas fotos que mandei, aquela “mancha” (não é uma mancha, eu percebi que a broca fez um relevo no dente quando a dentista fez o bisel, aí quando bate luz, essa área fica mais escura/transparente) está mais pro lado esquerdo, na foto parece um ponto de exclamação rs e a restauração na verdade a dentista não tirou a outra toda, tirou só a bordinha que tinha quebrado e completou com uma resina um pouco mais clara que meu dente e estendeu até o outro lado do dente (até que isso deve ser bom né, porque aumenta a área coberta deixando a restauração mais firme né. Ou não?). No dia a dia, não dá pra reparar a restauração, só se eu estiver sob luz e se a pessoa olhar de perto. Ainda assim, só é claro mesmo quando olha no espelho com luz em cima. Mas o que me incomoda é essa “mancha”, se você ver as fotos e achar isso que eu estou falando, por favor me diga! 😀 Fico preocupada também de quando eu for trocar, a dentista passar a broca para tirar a restauração e desgastar mais, principalmente na área que já foi desgastada sem querer…
          Doutora, na clínica que estou fazendo o tratamento ortodôntico, depois quando terminar, eles fazem clareamento, mas o clareamento não vai tirar essa transparência do lado esquerdo se o esmalte está ok mas o que faz isso é o relevo, certo?
          Doutora, por que a broca fez tantos riscos no meu dente? 🙁

          1. Karen, as fotos que você mandou tão muito ruins 😛 . Eu não consigo ver nada, tá embaçado, tipo como se eu estivesse olhando você debaixo d’água. Eu não enxergo nada do que você descreve. Mande outras, se não fica difícil. 😉

  6. Doutora, o que leva uma restauração em resina cair tão rápido? Minha dentista é clínica geral e especializada em endodontia, e alguns pacientes dela reclamaram que restaurações em dentes cariados etc feitas por ela caíram muito rápido, e então eles voltaram e ela refez e caiu também até que algumas desistiram e foram em outra dentista. Por que caía tão rápido assim? Coisa de dias. Está marcado para eu ir lá amanhã refazer minha restauração no 21 mas fiquei com medo agora rs. E como essas restaurações devem ficar? Elas devem ficar como realmente parte do dente sem ser possível nem com auxílio de luz ver suas bordas? Porque quando eu fiz essa restauração que tenho agora (que quebrou um pedacinho da borda e por isso corre risco de infiltrar), ela ficou da cor do resto do dente, mas eu claramente via suas bordas como se fosse um “curativo”.

    Obrigada 😀

    1. Acontece, Karen. Acontece comigo também, e os motivos são vários: umidade durante a confecção da restauração, alguma falha técnica, o local da restauração ser muito exigido na mastigação, fazer uma restauraçao direta onde deveria ser feita uma indireta, etc.. Sim, via de regra a restauração deve ficar imperceptível, como se fosse o próprio dente, mas isso no dia a dia. Colocando luz é muito provável que as bordas da restauração possam ser vistas. Mas quem é que tem uma fonte de luz dentro da boca, não é mesmo?! 😀

  7. Olá, Drª Ana! Anteriormente comentei aqui sobre uma restauração em um dente frontal que está me incomodando. Uso aparelho ortodôntico há três meses e já consigo notar um bom resultado (mesmo no início do tratamento). Meu objetivo é trocar essa restauração por uma mais estética, porém, falando com a dentista recentemente, fui informado de que não valeria a pena, que devo cuidar da parte ortodôntica primeiro e em seguida clareamento e finalmente a troca da restauração (recentemente, noto ela meio “azulada” de perto e consigo ver a linha entre ela e o dente). Enfim, eu gostaria de saber se, realmente devo esperar o tempo do tratamento ortodôntico para trocar essa restauração e se a cada troca por resina, no caso, haveria perda do tecido dentário. OBS: Li sobre o sistema adesivo das resinas compostas modernas; sendo assim, creio que não precisará tocar mais no dente, não é isso Drª? Obrigado 🙂

    1. Eu concordo com a sua dentista, Mikael. O ideal é remover o aparelho, fazer o clareamento e, só depois, a restauração. Realmente, as resinas compostas atuais permitem remoção mínima de tecido dentário, só o necessário mesmo, então, em princípio, não há necessidade de remover mais tecido dentário na troca da restauração.

  8. Doutora, boa noite! 😀

    É normal atrás dos dentes de trás (dos molares aos prés apenas), na gengiva, ter uma cor mais avermelhada? Ou seja, na gengiva, ao redor desses dentes há uma coloração mais avermelhada. Não está inchada nem nada, escovo, passo fio… mas tem essa coloração avermelhada apenas na parte ao redor do dente próximo a linha gengival. Na arcada de cima não tem isso. Pode ser normal?

    Outra coisa também é que os meus incisivos centrais são meio assim ” \ /” um pouco inclinados, o aparelho conserta isso também? Ele pode fazê-los ficar mais retos e com a face “totalmente frontal”?

    E o 11 é um pouco menos espesso que o 21, além de que possui gengiva cobrindo uma pequena parte da coroa por causa do 12 que está apinhado, dando a impressão de que o 21 é maior que o 11 e isso me incomoda bastante, depois o aparelho resolverá isso? Em largura ele parece, não dá pra ter certeza ainda, mas parece ser um pouquinho menos largo também…

    Obrigada 😉

    1. Karen, a cor normal da gengiva é mais rosada. Gengiva avermelhada não é normal, ainda mais em sua margem. Pode ser sinal de gengivite. O aparelho corrige qualquer problema de posicionamento dentário. Se realmente houver “sobra” de gengiva, pode ser feita uma pequena cirurgia corretiva após a remoção do aparelho (ou mais para o fim do tratamento ortodôntico).

      1. Então como posso resolver isso? Passar fio e escovar direitinho? Mas isso eu faço… tento caprichar ao máximo…

        Obrigada por responder 😀

  9. Ola Doutora!
    Bom, eu tava sentindo alguns dos meus dentes se mexendo bem pouco. Fui ate um periodontista e ele pediu um exame, mas pelo exame ele me disse que eu nao tinha nada. Pode ser nada mesmo ou devo procurar um outro dentista? E ah, por esse exame tem como ver se algum dente precisa de canal? Porque tambem tenho 2 dentes com curativo e um deles ele falou q precisava de canal e nao falou nada do outro.

    1. Pedro, não tenho razão pra duvidar do periodontista. Que exame foi feito? Se você tem 2 dentes com curativo endodôntico (os 2 já foram abertos pra canal), os dois precisam ter o canal tratado.

      1. Ah entao ok, é que eu nao sentia essa mobilidade antes, entao achei estranho o exame nao ter dado nada. O exame foi a radiografia intrabucal periapical… Na primeira consulta ele falou q talvez seria restauraçao e no outro canal, ai depois q ele olhou o exame ele so falou desse q precisava de canal… ai fiquei confuso se o outro vai precisar tbm.

        1. Só se ele já foi aberto ou se há algum sintoma, sinal clínico ou achado radiográfico que indique o tratamento de canal.

  10. Olá doutora… Tenho 30 anos e essa semana dois dentes quebraram. Fui ao dentista e ele me disse que meus dentes são como uma casca de ovo, bem frágeis. Tem algo que eu possa fazer para fortalecer? E é verdade que o uso de muitos antibióticos na minha infância afetou meus dentes? Muito obrigada.

    1. Carla, e ele especificou o motivo disso? Porque a história de que antibióticos enfraquecem os dentes é lenda, isso não acontece. Também não há como fortalecê-los se o problema é estrutural, na formação dos tecidos dentários. Ou seja: é preciso primeiro determinar a causa pra depois propor um tratamento, provavelmente restaurador.

  11. Olá, doutora! Tudo bem? 😀

    Esses dias, eu notei no espelho usando a luz do celular que tem uma manchinha (não sei se é mancha mesmo) marrom no 12 que está apinhado e mais pra cima, como já disse certa vez. Bom, eu já fui na minha dentista umas duas vezes (a primeira foi a raspagem e a segunda foi pra ver por que meu rosto estava doendo), ela olhou tudo, e não comentou nada. Será que é só uma mancha? Mas MARROM? Pode ser cárie?

    Obrigada 😉

    Esqueci de dizer que é na parte de trás dele. ?

  12. Oi Dra. Ana.
    Bom, depois de reunir toda coragem que havia em mim e mais alguma que peguei emprestado da dor que eu sentia, fui ao dentista. Depois da avaliação: 1 canal, 2 trocas de obturação e 1 dente com canal já feito que está com problemas provavelmente pq o procedimento anterior não foi feito direito.
    Enfim, ontem fui à segunda consulta do canal, quase 1 hora de procedimento, o dentista é ótimo, tranquilo, atencioso e preocupado em garantir se eu estava me sentindo bem o tempo todo. Me senti bastante segura, dado meu histórico de fobia desde a infância.
    Bom, acontece que hoje, depois da anestesia passar e de dormir uma noite o dente do canal dói. Não dói o tempo todo como dor de dente, mas foi qdo mastigo, ou faço alguma pressão nele, como escovar, por exemplo. Eu queria saber se é normal sentir essa dor por conta do procedimento ou se devo voltar no consultório antes da minha próxima consulta, que seria a última referente a esse canal e está marcada para daqui 10 dias. Dá um help dra, que já to me arrependendo de ter conseguido ficar tão calma…

    1. Fernanda, esse incômodo pode ser normal, sim. Mesmo depois do canal concluído, o dente pode incomodar por alguns dias, até que se resolva o processo inflamatório. Você tá indo bem, não desista! 😉

  13. Dra. Ana, extrai um dente siso e estou em pós operatório. Não sinto muita dor mas ainda não retirei os pontos. Ocorre que tem uma pontinha, creio que um pedaço de dente, fica arranhando minha língua e causa muito incomodo. A principio achei que eram as linhas mas observei essa pontinha branca muito “cortante”.

    1. João, o mais provável é que seja um pedacinho solto de osso. A gengiva deve expulsá-lo, se isso não acontecer, seu dentista pode remover. Converse com ele quando for tirar os pontos.

  14. Olá, Doutora! Há algum tempo eu mencionei que tive que fazer duas restaurações (por erro médico, mas seria difícil explicar o porquê agora). Pois bem, fiz as restaurações, pelos lados dos incisivos superiores direito e esquerdo (entre eles). Eu queria tirar algumas dúvidas, mas antes, vou fazer o possível para expressar perfeitamente o problema: 1º A restauração é bem bonita, acho que o desgaste é pouco, apesar de ser visível quando vejo de perto no espelho; mas as vezes (nem sempre) tenho a sensação de uma cor cinzenta. É ai que entra o detalhe: Falei inclusive com a minha dentista a respeito. Em cada ângulo eu tenho a sensação de uma aparência diferente da resina/restauração; a cor cinzenta, por exemplo, vejo mais à luz do dia (Quando escovo os dentes no trabalho); mas a noite, eu posso ver a resina na cor idêntica ao dente. A pergunta que fica, Doutora: Isso é normal? A restauração tem mesmo essa grande variedade de reações a luz? Se não for normal, o que poderia ser feito para resolver isso? Tenho 20 anos, penso em porcelana mais pra frente, mesmo sendo as restaurações bem pontuais e estéticas. OBS: Acho que não tem a ver com polimento, a dentista deu uma atenção especial para isso. Tenta me explicar da melhor forma doutora, assim, conversarei com a minha dentista. Obrigado!

    1. Mikael, a variedade de reações à luz está provavelmente na relação translucidez / opacidade da resina usada na restauração. Quanto mais translúcida, ou seja, quanto mais a luz consegue atravessar a resina, maior a chance de ocorrer essa variação de cor, que não é na resina em si, mas no que está por baixo dela, ou seja, no seu dente. Portanto, uma restauração mais opaca ofereceria menos variação de cor frente à luz.

      1. Você acha, Doutora, que os blocos de porcelana seriam a melhor solução para o meu caso? A restaurações atuais não são exageradas, mas pontuais.

  15. Doutora, eu precisei retirar meu canino inferior aos 15 anos pois ele não nascia, hoje aos 18 eu já retirei os cisos e uso aparelho para abrir espaço para o implante, porém minha dentista está dizendo que o espaço é muito pequeno, que seria melhor apenas juntar o espaço com aparelho. Mas não acho que esteticamente ficaria bonito, e penso se haverá consequências, já que o canino é um dente importante.

    1. Amanda, realmente o canino é um dente muito importante. Mas considerando que o canino que falta pra você é inferior, o impacto na estética é bem menor… o pré-molar pode substituir o canino e, se for necessário, pode ser “transformado” em canino com restauração. Então, é uma solução legítima.

  16. Boa tarde, doutora! Eu tenho bruxismo, e uso a placa à noite, durmo das 00h as 5h, quase todos os dias, ou seja, uso cerca de 5 horas. As vezes, quando posso, durmo a tarde. Deveria usar também neste horário, então? Minha dentista me orientou a não usar mais do que 12 horas ao dia (noite), mas como acabo usando nem metade disso, surgiu essa dúvida…
    Aguardo, obrigada!

A área de comentários / perguntas está fechada. Agradeço a compreensão.

No plantão: Ana Tokus

Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia pela ABO-PR, convicta de que medo de dentista se combate (também) com informação. Diva-Boss do OdontoDivas e autora do Blog Raios Xis. Twitter: @AnaTokus e @medodedentista